Estudos realizados com moscas da fruta demonstram que células nervosas específicas, denominadas neurónios, tem a capacidade de auto-regenerar-se, após lesão. Estes resultados, potencialmente relevantes para os esforços que estão a ser desenvolvidos para a investigação referente ao estudo de melhores tratamentos para pacientes com lesões traumáticas a nível dos nervos ou que padeçam de doenças neurodegenerativas, foram apresentados no 49.º encontro anual da American Society for Cell Biology (ASCB), realizado entre 05 e 09/12/2009 e que teve lugar em San Diego, EUA. Foi descrito pelas Dra. Michelle Stone e Dra. Melissa Rolls, colegas na Penn State University (PSU), EUA, uma notável capacidade de um neurónio lesionado para se auto-reprogramar.
As cientistas afirmam que a auto-reprogramação é particularmente surpreendente pois uma vez formados, os neurónios são relativamente estáticos e estáveis e porque a parte lesada do neurónio é “substituída” por um componente muito diferente, estrutural e funcionalmente, da mesma célula. Faz parte da natureza do trabalho do neurónio, manter as partes que estavam presentes aquando da sua criação. As cientistas da PSU induziram experimentalmente uma lesão no neurónio no cérebro da Drosophila melanogaster (mosca também denominada de mosca da fruta), através do corte, com um laser, do axônio completo, aquela parte comprida e estreita que envia os sinais dos neurónios para as outras células do cérebro. Em resposta à lesão, as dendrites, as partes do neurónio que recebem os sinais das outras células do cérebro, reorganizaram as suas estruturas internas de suporte, os citoesqueletos. Eventualmente uma das dendrites alterava a sua polaridade e tornava-se um substituto permanente do axônio danificado. A polaridade refere-se aos variados níveis de assimetria, estruturais e funcionais, que caracterizam as partes do neurónio.
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